14 junho 2017

UM MEDIADOR E VÁRIOS INTERCESSORES? (UMA RESPOSTA AO JOVEM MATEUS SANTOS-PARTE I)

Para o romanismo o céu é um panteão onde Jesus não é suficiente para interceder junto ao Pai
Não é de hoje que o romanismo dissimula sua origem pagã e idólatra tentando dar uma aparência "bíblica" às suas heresias. Desde a Contra-Reforma, sobretudo, Roma vem fazendo verdadeiros malabarismos teológicos para sustentar seu nefasto domínio religioso. Uma das mais risíveis e contrassensuais doutrinas é a de que no céu, na presença de Deus Pai, os santos funcionam como uma espécie de "garotos de recado" junto a Jesus e Este como único Mediador (1 Tm 2.5) intercede finalmente junto ao Pai pelas petições feitas aos santos. Que burocracia, não!
Os sites romanistas de pseudos-apologistas repetem à exaustão essas asneiras tentando também, com isso, resguardar os fiéis mais pusilânimes de acabarem enveredando para alguma denominação evangélica (no linguajar de Roma, "seitas protestantes").
Cabe aqui pontuar que o jovem acima referido, simplesmente repete o paradoxo romanista de reconhecer que, de fato, Jesus é o único Mediador como exposto explicitamente por Paulo em sua primeira carta ao também jovem Timóteo. Entretanto, para acomodar seu velho politeísmo pagão, Roma criou o factoide de que a exclusiva mediação de Cristo não anula a intercessão dos santos, pois haveria diferença entre mediação e intercessão. Assim o texto de 1 Tm 2.5 não seria literal - indício de que haveria no céu uma numerosa equipe de plantão a auxiliar Cristo na Sua função de Mediador: os milhares de santos católicos...
O nosso interlocutor Mateus vê diferença entre mediador e intercessor sofismando em linhas gerais que o Mediador (Cristo) age na presença do Pai, enquanto os intercessores (os santos) funcionam como um canal mais próximo dos devotos, mas a mediação final quem faz é Cristo. Para dar uma aparência bíblica a essa aberração teológica, o jovem cita o texto de Rm 15.30 no qual Paulo roga as orações da primitiva igreja em Roma em favor dele. Haveria aí um caso de intercessão que, na inferência de Mateus, em nada decresceria a mediação de Cristo. Pois bem, o caso é que na passagem acima temos além de um texto meramente descritivo (e não prescritivo), um relato em que uma pessoa viva pede a intercessão junto a Deus de pessoas vivas! Esse poder de intercessão em oração e de concordância num propósito que glorifique a Deus foi dado à Igreja pelo próprio Jesus (Mt 18.18-20). Esse, inclusive é o contexto das "chaves" do Reino dos céus dadas inicialmente a Pedro (Mt 16.19) no sentido de abrir as portas do Evangelho aos gentios (At 10.34,35) e não de ter recebido de Cristo o báculo e o anel...
Ao contrário do que o romanismo tenta forjar como doutrina apostólica, a intercessão dos mortos pelos vivos é doutrina alheia à revelação bíblica-linear. De forma desesperada, o cristianismo paganizado de Roma tenta tirar do contexto passagens como a de Jr 15.1 para dar algum sustento "bíblico" a essa perniciosa heresia. Contudo, a verdadeira fonte escriturística da igreja desviada é mesmo o livro apócrifo de 1 Macabeus 15.12-15,onde supostamente o profeta bíblico intercede pelo povo judeu séculos depois de morto.
Pelo lado da verdadeira Palavra de Deus escrita (os 39 livros canônicos do AT e 27 do NT) não há diferença alguma entre mediador e intercessor, pois ao mesmo tempo em que Jesus é chamado de Mediador, também é descrito como único Intercessor diante do Pai (Rm 8.34; Ef 3.10-12;Hb 7.24,25, etc.). Cai por terra então os argumentos (na verdade, sofismas) do jovem Mateus e de sua organização religiosa de que Cristo precise de algum serviço extra de terceiros para realizar Sua função de Mediador.
Não vou refutar aqui as demais passagens citadas por Mateus que,  de tão descabidas e ridículas, não merecem "ibope". Concluo dizendo que o fato dos santos se encontrarem na presença de Deus não quer dizer que tenham por isso mais possibilidades de intercessão do que os santos vivos na terra. Posso ter um parente trabalhando na Casa Branca, mas daí eu conseguir falar com o presidente dos Estados Unidos pessoalmente por intermédio dele é outra história. Os santos não estão num 'estado de graça mais elevado' (como diz a igreja apóstata) que, embora mortos, possam ouvir desde onde estão as milhares de orações que lhe são dirigidas na terra. Para que isso fosse possível eles precisariam ser oniscientes e onipresentes, atributos que só Jesus como Deus possui. Por isso, é por excelência e exclusividade O ÚNICO MEDIADOR entre Deus e os homens!   
  
  

6 comentários:

  1. Gostei muito do artigo, só faltou reforçar o fato de que a intercessão dos santos e a 'veneração' católica a eles é, na verdade, o antigo politeísmo pagão de se ter um deus específico para cada ocasião. Somente um cego espiritual para não ver nem crer na mais pura verdade, no mais puro Evangelho.

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  2. Obrigado amigo, Paulo Ricardo. Mas a ligação do romanismo com o paganismo está implícita no contexto. Só não quis estender demais o artigo, mas mesmo assim agradeço pela dica.

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  3. Anônimo:Muito esclarecedor este artigo,a intercessão só poderá acontecer por meio de santos vivos, os santos mortos estão descansando em Cristo, daí vem a expressão estão dormindo, significa que eles vão acordar por meio da ressurreição que ocorrerá na segunda vinda de Cristo e aí os salvos estarão para sempre com o Senhor.O único mediador é Cristo, ou seja ele é o nosso advogado junto ao Pai. Os vivos podem interceder uns pelos outros mas a resposta vem da infinita vontade de Deus de atender ou não.

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  4. Anônimo disse:
    Quando Deus disse: Eu sou o Deus de Abraão de Isaque e de Jacó. Eu sou Deus de vivos e não de mortos, Deus não estava querendo dizer que esses santos estivessem intercedendo por alguém aqui da terra e sim que eles iriam ressuscitar para vida eterna, os salvos aguardam o chamado de Deus para vida. por isso a expressão dormir para os salvos. Leia João 5:25-29. Isaías 26:19.

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